quinta-feira, 5 de julho de 2012

SÃO LUÍS ORIONE - Um pouco de sua história


São Luís Orione


Dom Luís Orione
“Quero semear o Amor em todos os caminhos”

Pe. Márcio Almeida Prado, sacerdote orionita


Filho de Carolina e Vitório Orione, Luís nasceu no dia 23 de junho de 1872, em Pontecurone, na Itália. Na pobreza e religiosidade da família, desenvolveu grande amor por Deus e pela humanidade sofredora. 

Ainda adolescente escreveu uma carta ao vigário de Molino, pedindo ingresso no Convento dos Franciscanos de Boghera. Já no Convento, em 1886, às vésperas de receber o hábito franciscano, caiu doente. Na doença, teve um sonho: via longas fileiras de jovens vestindo túnicas brancas e, sorrindo para ele, animando-o a viver.

Recuperou-se da enfermidade, mas os frades o mandaram de volta para casa. Ficou um pouco decepcionado, pois queria muito ser padre.

Ainda no mesmo ano, 1886, Luís entrou no Colégio Salesiano, em Turim, onde conheceu Dom Bosco.

Em 1889, ingressou no seminário diocesano de Tortona, Itália. Sempre animado pelos ensinamentos de Dom Bosco e a obra de São José Benedito Cotolengo, sentia-se cada vez mais impelido aos pobres.
Pequena Obra da Divina Providência 
“A fé move a história”, ensinou ele, que sempre fez do serviço sua meta. E esse trabalho começou bem cedo. Inspirado nos ensinamentos de Dom Bosco, Luís Orione ainda era um seminarista quando decidiu dedicar-se aos jovens menos favorecidos de Tortona. Estava com 21 anos quando foi pedir ao Bispo permissão para abrir um colégio para ensinar um grupo de 14 ou 15 meninos pobres, filhos de lavadeiras e lavradores.

Permissão concedida, o jovem seminarista conseguiu encontrar uma casa para esse fim, mas não tinha dinheiro suficiente para pagar o aluguel. Entregou o trabalho nas mãos da Divina Providência. Não passou muito tempo e o dinheiro veio por meio de uma senhora amiga, que lhe ofereceu uma boa quantia em troca do estudo de seu sobrinho. A casa passou a chamar-se “Coleginho de São Bernadinho” e atendia jovens pobres com vocação sacerdotal. Assim brotou a primeira semente de Dom Orione.

Escreveram sobre ele: “A opção preferencial pelos pobres crescia em sintonia com a opção pelo homem, começando pelos jovens desvalidos e desamparados”.

Começou a receber colaboradores que deram origem à primeira família religiosa, os Filhos da Divina Providência. Pouco tempo depois surgiram os Eremitas da Divina Providência, cegos e videntes (1899), e os Irmãos coadjutores.

Surgiu mais uma inspiração: “Já atendemos às crianças necessitadas, agora nos esperam os anciãos! No seguimento e imitação de São José Cotolengo, vamos abrir as portas e nossos corações para socorrer os pobres!” Nasceram, então, os Pequenos Cotolengos, para abrigar os enfermos, os idosos, os portadores de deficiências físicas ou psíquicas, os pobres abandonados pela sociedade.

Sucessivamente Dom Orione fundou as Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade (1915) e as Sacramentinas não videntes (1927).

Mesmo depois de sua morte, os ramos de sua boa semente continuam se espalhando. O Instituto Secular Orionino foi fundado em 1959, constituído por pessoas leigas, consagradas com votos, mas que vivem em ambientes comuns, “no mundo e com os meios do mundo”. E em 1990 a Congregação Dom Orione criou a Comunidade das Irmãs Contemplativas de Jesus Crucificado.
Uma obra que se espalha
“A caridade salvará o mundo”. Levou a sua obra caritativa e o seu zelo pela Igreja, de uma ponta à outra da Itália, erguendo em toda parte escolas, igrejas e sobretudo casas para pobres e necessitados; a todos anunciando o Evangelho de Cristo.

A sua Pequena Obra da Divina Providência propagou-se na Europa, nas Américas e mais tarde na África, e, recentemente, nos países do leste europeu, nas Filipinas, na Jordânia, e em outras partes.

Dom Orione enviou seus religiosos ao Brasil em 1913. Oito anos depois, ele próprio veio ao Brasil. Voltou em 1937, para intensificar os serviços de sua congregação religiosa. Como que pressentindo sua morte que ocorreria três anos depois, disse do alto do Corcovado no Rio de Janeiro: “O que não fiz pelo Brasil em vida, o farei após a morte”. E hoje podemos verificar essa promessa. Os seus religiosos e religiosas estão presentes nos diversos Estados brasileiros, testemunhando o seu particular carisma de amor e dedicação aos pobres.
Fim da vida terrena
Em fevereiro de 1940, Dom Orione teve uma crise cardíaca e pediu os últimos sacramentos, mas melhorou e voltou ao trabalho. Queriam mandá-lo a Sanremo para se recuperar, mas ele dizia que queria morrer entre os pobres, não entre as palmeiras de Sanremo. Então, no dia 12 de março de 1940 partiu ao paraíso.

A vida de Dom Orione foi bem reconstruída através de testemunhos e biografias. Seus escritos formam um epistolário impressionante, constituem um patrimônio precioso tanto para a formação dos seus discípulos e devotos como para o estudo nos vários campos da história, da pedagogia, da vida eclesial, da espiritualidade e da hagiografia.

No dia 26 de outubro de 1980, João Paulo II o proclamou Beato. E em 16 de maio de 2004 o canonizou. O milagre realizado veio também de Tortona. O senhor Pierino Penacca, que conheceu Dom Orione na juventude, depois de vários sangramentos, recebeu o diagnóstico médico: carcinoma pulmonar. A família implorou a intervenção divina por intermédio de Dom Orione e o conselho médico de 16 da janeiro de 2003 confirmou, de modo unânime, que a cura era inexplicável cientificamente.
Fonte: Revista Shalom Maná

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