segunda-feira, 30 de julho de 2012

PARA REFLETIR!


O PODER DO FEEDBACK (2)

Todos nós necessitamos do retorno para sabermos se estamos ou não no caminho certo. A criança, com certeza, vive do retorno de seus pais, mas nem sempre recebem aquele tipo de retorno que realmente faz crescer e amadurecer na vida. E isso pode afetar o seu desenvolvimento sadio, provocando verdadeiros problemas psicológicos no futuro. Precisamos dar o retorno, mas que seja saudável e ajude no seu processo normal de crescimento.

O feedback insignificante ou inexistente, é aquele mais atrapalha, pois a indiferença é o pior ‘remédio’ para um ser humano. Ninguém gosta e se sente bem sendo ignorado, pois temos a necessidade natural de querermos ser vistos e valorizados em nossas ações. A criança, por ser indefesa, sofre muito mais do que o adulto com a indiferença. Ela precisa ser vista e valorizada por aquilo que é.

Existe outro feecback que também é nocivo e prejudicial ao pleno desenvolvimento e amadurecimento da pessoa humana: é o feedback negativo. No passado era normal priorizar os aspectos negativos, pois se acreditava que o elogio e a valorização eram prejudiciais e corrompiam o ser humano. Hoje também não é muito diferente. O que mais impacta: as coisas boas, as conquistas, as vitórias, os projetos bem sucedidos, ou então, a desgraça e a tragédia? Dificilmente alguém que está viajando é capaz de parar a fim de contemplar uma cascata ou a natureza que surge cheia de vida em sua frente, mas facilmente estaciona o carro para ver a desgraça ocorrida num acidente de carro. Isso mostra que o negativo tem mais poder do que o positivo.

Um autor que eu gosto muito, Nuno Cobra, ele escreveu um livro muito interessante e que vale a pena ser lido, com o título ‘a semente da vitória’. Nesse livro, de modo bastante humorado ele apresenta a história dos sacos. Cada ser humano tem dois sacos: o saco positivo e o saco negativo. Ele diz que enquanto o saco da negatividade cresce, o saco da positividade diminui ou estaciona. O saco do negativo são os constantes não, proibições, dúvidas, enaltecendo sempre aquilo que não funciona e deixando em segundo plano as coisas boas.

Se nós formos analisar a educação, sobre escolar, é fácil perceber que os pais fixam o olho imediatamente na nota mais baixa, em detrimento à nota mais alta. Se o filho/aluno tirou tudo acima da média, mas somente uma está abaixo da média, pode ter certeza, é essa que será notada. E aí reside um grande erro educacional, ou seja, o feedback negativo, que não ajuda no crescimento saudável do ser humano.

Ouço seguidamente pessoas dizendo que o positivo não precisa ser enaltecido, pois todo mundo já sabe, mas é preciso dar mais atenção ao negativo. Se alguém tira notas altas, não fez mais do que a obrigação, e nem é notado e valorizado, mas se tira notas baixas, imediatamente é censurado e cobrado.

A sociedade de modo geral valoriza muito mais o negativo, a tragédia, a desgraça, pois essa vende e dá mais lucro. As coisas negativas são motivos de noticia por muitos dias, mas aquelas positivas passam rapidamente. É a cultura da morte, em detrimento da cultura da vida. E pensar que fomos feitos para a vida e não para a morte! Eu não quero com essa reflexão dizer que devamos fechar os olhos para as coisas negativas e fazer de conta que não aconteceu nada, mas não fazer delas o centro e a razão da nossa existência.

O feedback negativo é destruidor, pois cega os olhos para o lado bom e positivo, como se aquele pessoa fosse somente erro e não tivesse nada de bom a oferecer. 

Dr. Pe. André Marmilicz

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