A construção da Autoestima
Diversas são as necessidades básicas de um ser humano para ter uma vida
qualificada, feliz e realizada. Com certeza, nada é mais importante e
fundamental do que a construção da autoestima. Ela não dá comida para ninguém,
nem casa, mas ela dá elementos para trabalhar com coragem e determinação para
adquirir aquilo que é essencial para uma vida digna.
Como podemos definir a autoestima? Seguindo os escritos e análise de Natanael
Branden, podemos dizer que a autoestima é: “a disposição para experimentar a si
mesmo como alguém competente para lidar com os desafios básicos da vida e ser
merecedor de felicidade”.
Vejamos então as partes essenciais dessa definição: disposição é a palavra
que dá início àquilo que é fundamental na autoestima. Alguém que se coloca
fechado para a mudança, jamais poderá entendê-la. Além disso, o sistema de
defesa que toma conta de muitas pessoas não permite o crescimento de uma
saudável autoestima.
Disposição é uma atitude interna de quem quer realmente crescer, se conhecer,
avançar no seu autoconhecimento. Quem se fecha à sua realidade, e não se dispõe
a um olhar interior, jamais fará o processo de construção de uma vida
saudável.
Ela não é algo mágico, que se adquire da noite para o dia, como se fosse algo
rápido e imediato. Como diz o nome ‘construção’, determina um processo que não
termina nunca, mas um caminho que se faz ao longo de toda a história.
Vivemos numa sociedade onde as pessoas buscam respostas rápidas, soluções
imediatas e não querem fazer muito esforço para que essas metas sejam atingidas.
É a lei do menor esforço e que seja para sempre, sem necessidade de ter que
retomar as coisas já decididas, rever ou reavaliar.
A autoestima é uma necessidade básica de todo ser humano. De onde vem essa
necessidade? Qual é a sua origem? Podemos afirmar que ela é resultado de dois
fatores básicos, ambos intrínsecos à nossa espécie. O primeiro é que dependemos
do uso apropriado de nossa consciência e para sobreviver e dominar com sucesso o
meio ambiente; nossa vida e nosso bem-estar dependem da nossa capacidade de
pensar. O segundo é que o uso correto de nossa consciência não é automático, não
é programado pela natureza. Para ajustar sua atividade há um elemento crucial de
escolha – portanto, de responsabilidade pessoal. Um desserviço prestado às
pessoas quando se lhes oferece a noção de autoestima é ‘sentir-se bem’,
divorciados das questões da consciência, da responsabilidade e da escolha
moral.
A essência humana é a nossa capacidade de raciocinar, o que significa
compreender os relacionamentos. É dessa capacidade – em última instância – que
depende a nossa vida. Mente é tudo aquilo por meio do qual percebemos o mundo e
o apreendemos. Tudo exige um processo mental – tudo exige um processo de
pensamento, de conexão racional. Mas a nossa mente não nos leva automaticamente
a agir segundo nosso melhor, mais racional e informado entendimento. A natureza
deu-nos uma extraordinária responsabilidade: a opção de aumentar ou diminuir o
alcance da lanterna da consciência. Nosso livre arbítrio diz respeito à escolha
que fazemos quando ao funcionamento de nossa consciência numa determinada
situação.
Portanto, dois elementos são essenciais para que a autoestima possa se
desenvolver: 1. Utilizar bem a nossa consciência, que é com certeza determinante
para uma vida conduzida de modo saudável; 2. Fazer as escolhas certas e
responder por elas. Quem não é capaz de falar por si mesmo e assumir a vida em
suas mãos, jamais poderá conduzir a sua vida no caminho da realização pessoal.
Dr. Pe. André Marmilicz
Nenhum comentário:
Postar um comentário