O poder do feedback
Existem algumas necessidades fundamentais no ser humano, sem as quais é
simplesmente impossível viver. A primeira grande necessidade é a respiração.
Ninguém consegue ficar mais do que dois minutos sem respirar. Por vezes não
damos valor e nem atenção a essa realidade, mas somente quando os problemas
respiratórios aparecem. É muito, mas muito importante inspirar e respirar
diversas vezes no dia. Outra necessidade indispensável é a água. Podemos ficar
no máximo três dias sem tomar água; mais do que isso, morremos de sede. É triste
ver a falta de água em tantos lugares, e essa é uma das grandes preocupações da
sociedade atual. Dizem que no futuro ela vai valer mais do que o combustível. E
a terceira necessidade da raça humana é a comida. Podemos ficar até um mês sem
comer, tomando água apenas. Mas existe uma terceira necessidade, da qual ninguém
consegue fugir e que tem implicações enormes no bom desenvolvimento do ser
humano: é o feedback.
O que significa a palavra feedback? É uma palavra
inglesa, que traduzida para o português significa retorno. Como retorno em
português tem outros significados, assim como retorno no trânsito e outros,
feedback acaba tendo mais força e densidade. Em inglês ele tem um único
significado, ou seja, o retorno na educação.
Existem diversos tipos de
retorno, sendo que alguns ajudam no crescimento da pessoa e outros, pelo
contrário, destroem o ser humano. Quais são os tipos de retorno, ou seja, de
feedback que constroem e quais destroem. Vamos então para a reflexão nesse
campo, pois isso afeta diretamente a autoestima da pessoa, sobretudo nos
primeiros anos de vida do ser humano.
Dois tipos de retorno precisam ser
superados na educação: o retorno insignificante e o retorno negativo. Vamos
falar primeiro deles, para depois aprofundarmos os dois retornos que são
fundamentais para uma educação que leve o sujeito ao pleno
desenvolvimento.
Antes de tudo, é preciso ter claro que ninguém nesse
mundo pode abdicar daquilo que os outros pensam a seu respeito, sobretudo quando
está em questão a figura significativa, pai ou mãe, acima de todos. A influência
que estes tem sobre os filhos é decisiva, e ficará marcada para sempre na vida
deles.
Tem um velho ditado quem diz: não importa o que falam de mim, o
importante é que falem. Você sabe que na prática não é bem assim. Ninguém gosta
de ser mal falado ou ignorado. Segundo diversas pesquisas, 99% das pessoas
preferem ser bem vistas, elogiadas e valorizadas. Portanto, somente 1% gosta de
ser mal tratado, e com certeza, essas não são pessoas normais.
O primeiro
tipo de retorno é o insignificante, ou seja, tratar o outro com desprezo e
indiferença. Essa atitude com toda a certeza é aquela que mais machuca e fere o
ser humano. A indiferença é a mãe de todas as doenças. Quando alguém nasce e é
rejeitado e ignorado nos seus primeiros dias e meses de vida, isso trará
consequências muito graves no seu desenvolvimento normal. Diversas pessoas
acabam criando situações de compensação a fim de serem vistas e valorizadas. A
droga, os rachas, as tatuagens e outros meios, são no fundo modos para ser visto
pelo outro.
O que melhor define o fim do casamento é a indiferença que um
sente pelo outro. Isso é sinal de frieza e o fim de um relacionamento. Se mexe
nos adultos o fato de ser tratado como alguém insignificante, imagine o mal que
faz esse mesmo tratamento na relação com a criança, totalmente indefesa e
carente. Ser tratado com indiferença é o pior de todos os retornos, e
acarreta profundos distúrbios psíquicos, criando pessoas desequilibradas.
Dr. Pe. André Marmilicz
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