O FEEDBACK CORRETIVO
Dar o retorno é fundamental para o crescimento saudável de um ser humano. Nós
necessitamos de saber como estamos e se realmente correspondemos ou não, e mais
do que isso, o que precisamos mudar para darmos uma contribuição positiva.
O retorno negativo, assim como pudemos refletir no artigo anterior, acaba
diminuindo a pessoa, pois enaltece os seus aspectos negativos, diminuindo as
qualidades e valores inerentes a cada pessoa. Além disso, cria uma série de
traumas que poderão incidir negativamente ao longo da sua vida. Mas então, se
não é saudável enaltecer os aspectos negativos, então devemos deixar as pessoas,
sobretudo aquelas em desenvolvimento, a fazerem o que quiserem? Com certeza não.
É preciso corrigir, pois sem correção não existe um crescimento saudável. E é
ali que reside o grande problema da educação na sociedade atual.
Corrigir significa impor limites na medida certa, pois a pessoa pode fazer
muitas coisas, mas não pode fazer tudo. Saber dizer ‘não’ na hora certa é uma
das grandes artes do líder, pai, professor, educador de modo geral. Esse ‘não’,
deve ser de modo específico, ou seja, deve ser corrigido o ato em si, e não
generalizar uma situação. Por exemplo, se alguém errou porque não limpou bem a
casa, a correção deve ser encima dessa realidade, e não generalizar, dizendo que
tal pessoa não sabe fazer nada. O erro, a falha foi bem especifica, e não pode
ser generalizada. Para mim, esse é um dos grandes problemas da educação de modo
geral.
O limite na medida certa é fundamental para o ser humano em crescimento, mas
é bom e saudável para todos os adultos. Ser corrigido de modo firme e terno ao
mesmo tempo, nos ajuda a sermos melhores. Eu, pessoalmente, me sinto muito
corrigido através dos livros que leio. Eles me fazem pensar, rever o meu modo de
ser e de agir, e me convidam a mudar meu comportamento. Aliás, a verdadeira
correção tem como função a mudança de comportamento, do contrário, ela não tem
razão de ser e existir.
Na natureza nós observamos que as podas são necessárias e fundamentais para
que haja frutos. Sem poda, com o tempo a árvore não produz mais nada e só serve
para ser cortada e lançada ao fogo. Assim também em nossa vida, as podas se
fazem necessárias, a fim de produzirmos frutos. Eu vejo tantos pais que tem medo
de corrigir seus filhos, como se isso fosse diminuir a sua autoestima e criar
traumas. Nada mais errado do que isso, pois como diz o velho ditado, ‘pais que
não fazem seus filhos chorar de pequeno, farão os pais chorar quando forem
grandes’.
O grande problema da sociedade atual é a falta de limites, onde tudo é
permitido, como se fosse proibido proibir. Não queremos voltar aos tempos
passados, onde a varinha corria solta, e realmente criava traumas nas crianças,
mas também não podemos permitir que as crianças façam tudo o que quiserem sem
nenhuma intervenção. É preciso ter postura firme, a fim de perceber que o pai, a
mãe, o educador, tem autoridade. É preciso saber dosar essa firmeza com a
ternura, o que nem sempre é fácil. Muita firmeza vira dureza, ditadura; muita
ternura causa permissividade, liberalismo, um crescimento sem limites. São Paulo
dizia que correção sem caridade é mentira.
A correção deveria acontecer em todos os lugares, e em todas as fases da
nossa vida. Na família, na comunidade, na escola, na sociedade, a correção só
faz bem, quando feita de modo especifico, em vista do bem e do crescimento do
outro. Não corrigir e dar tudo o que o outro quer, é o melhor modo de levá-lo
para a ruína e para a pouca valorização das coisas. Quem ganha tudo o que quer,
certamente não saberá valorizar nada do que tem, e será um eterno ingrato.
Portanto, limites na medida certa, é o caminho para o crescimento saudável de
todo o ser humano em todas as idades.
Dr. Pe. André Marmilicz
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