História e Devoção

A devoção a Nossa Senhora do Carmo, há séculos  enraizada no coração do povo, está sendo resgatada e cada vez mais o número de devotos vem aumentando.
As diversas gerações do Carmelo, desde as origens até hoje, seguem um autêntico itinerário de fé até a “montanha, que é Jesus Cristo”, moldando sua própria vida sobre o exemplo das virtudes de Maria Santíssima.
O amor e o afeto por Maria crescem no coração das pessoas à medida que a contemplam como aquela que desde o princípio soube estar atenta à Palavra de Deus e obediente à sua vontade (cf. Lc 2,19.51).  Maria, qual Mãe atenciosa, acompanhou o crescimento de Jesus em Nazaré, seguiu seus passos nos caminhos da Palestina e esteve com ele nas bodas de Caná, intercedendo pelo noivos (cf. Jo 2,5).  Como aquela que esteve inabalável aos pés da cruz de Jesus, oferecendo com ele todo seu ser ao Pai e aceitando-nos como seus filhos e filhas (cf. Jo 19,26).
E hoje Maria continua conosco, como esteve com os primeiros cristãos (At 1,14), rezando e permanecendo em nosso meio como mãe atenciosa e mediadora poderosa junto de Deus.
Nossa devoção a Virgem Santíssima deve manifestar-se por meio de uma oração sempre mais fervorosa, de veneração e de louvores entusiasmados, mas, acima de tudo, temos de mostrar nosso amor por meio da imitação de suas virtudes, especialmente a fé, a justiça e a caridade.
A expansão da devoção a Nossa Senhora do Carmo é atribuída ao uso do escapulário.  Este, contudo, deve ser considerado um símbolo de nosso amor a Maria Santíssima e de nossa fé em Deus.  No campo religioso, os símbolos são importantes, pois nos ajudam a manifestar nossos sentimentos de reconhecimento e de consagração a Deus, por intermédio da Virgem Santíssima.  No caso do escapulário, ele nos lembra a promessa de salvação eterna feita por Maria a São Simão Stock, que é para nós um convite a praticarmos as virtudes cristãs, como ela as praticou. 
No dia 16 de Julho, a Igreja Católica comemora o dia de Nossa Senhora do Carmo, um título da Virgem Maria que remonta ao século XIII, quando, no Monte Carmelo, na Palestina, começou a formar-se um grupo de eremitas seguidores do Profeta Elias.  Esse monte era conhecido na época como “Monte Santo”, pois ali se deu o embate entre o Profeta Elias e os sacerdotes de Baal, o deus dos judeus.  Javé enviou o fogo do céu, queimando os altares de Baal, erigidos sobre o Monte Carmelo.
A tradição mostrou que vários profetas prestaram o culto a Deus nesta montanha, entre eles, o Profeta Elias.  E, neste local, o grupo de eremitas, seguidor de Elias, reuniu-se ao redor de uma fonte chamada “Fonte de Elias”.
A tradição conta que estes eremitas construíram uma pequena capela dedicada a Nossa Senhora, que, mais tarde, seria chamada capela de Nossa Senhora do Carmelo e, com o passar dos anos, capela Nossa Senhora do Carmo.
Segundo a tradição, este grupo de eremitas, devido ao lugar onde se reunia (Monte Carmelo), passou a ser conhecido como “carmelita” e construiu um convento sob a invocação de Nossa Senhora do Carmelo.  Esta agremiação religiosa, quando expulsa devido a invasões islâmicas, se retirou para a Europa sob o nome de Irmãos de Nossa Senhora do Monte Carmelo.  Na Europa, agremiação religiosa passou por muitas dificuldades e, durante suas orações, o superior da Ordem, São Simão Stock, suplicou a Nossa Senhora que enviasse um sinal de proteção.  Atendendo ao pedido, Nossa Senhora enviou um escapulário para defende-los nos momentos de perigo.
A palavra escapulário vem de scapulas e significa ombros.  Dois pedaços de pano, um estampando a imagem de Nossa Senhora do Carmo e o outro, a do Sagrado Coração de Jesus, são unidos por um cordão.  O escapulário protege quem o usa.  São Simão Stock, ao receber o escapulário, recebeu também ordens de Nossa Senhora do Carmo para divulgar tal escapulário e também a Virgem do Carmelo ou Virgem do Carmo e, assim, Nossa Senhora do Carmo tornou-se também conhecida como a Virgem do Escapulário.
Conta a tradição que, entre os muitos milagres de Nossa Senhora do Carmo, ficou muito conhecido um que aconteceu em Mato Grosso, na época da Guerra do Paraguai.  No Forte de Coimbra, aproximaram-se 13 navios e 3.200 homens armados para subjugar uma pequena tropa brasileira.  Enquanto o comandante brasileiro reunia apressadamente os soldados, a esposa dele rezava, implorando o socorro de Nossa Senhora do Carmo.  Os soldados lutavam bravamente e, num gesto decidido, a esposa do comandante ordenou a um dos soldados que subisse ao alto da muralha, expondo a imagem de Nossa Senhora do Carmo.  Surpreendidos, os devotos paraguaios de Nossa Senhora do Carmo baixaram os fuzis e deram vivas a Nossa Senhora do Carmo.  Durante a noite, com os inimigos em trégua, sob o efeito da aparição repentina da imagem de Nossa Senhora do Carmo na muralha, os brasileiros se retiraram, levando a bordo a imagem milagrosa, e a tropa não sofreu nenhuma perda.
Nossa Senhora do Carmo é considerada a protetora dos pescadores, marinheiros e de todas as profissões relacionadas ao mar.  É representada sentada, com o Menino Jesus sobre os joelhos, entregando o escapulário a São Simão Stock, vestido com hábito de frade carmelita.  Em algumas imagens, a Virgem Maria está de pé, vestida de freira carmelita, mas com os cabelos soltos, sem o véu e tem em seu braço esquerdo o Menino Jesus.  Ambos seguram, com a mão direita, o escapulário com o brasão da Ordem de Monte Carmelo.
No Brasil, a devoção a Nossa Senhora do Carmo vai de Norte a Sul do país. 
Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!

Nenhum comentário:

Postar um comentário